A Caçada e a Transformação
Em uma floresta densa e misteriosa, Ogum, o valente guerreiro, organizava uma caçada. Seus olhos atentos varriam a vegetação em busca de presas quando, de repente, avistou um búfalo. Empunhando sua lança, preparou-se para o ataque. No entanto, o que presenciou a seguir o deixou perplexo. A pele do búfalo se abriu, revelando uma mulher de beleza deslumbrante. Era Iansã, a poderosa Orixá dos ventos, capaz de se transformar em um búfalo. Discretamente, ela recolheu sua pele e seguiu para o mercado da cidade.
O Roubo da Pele e o Romance
Ogum, impressionado com a transformação de Iansã, não perdeu a oportunidade. Aproveitando-se da distração da deusa, ele roubou sua pele de búfalo e a escondeu em um quarto de sua casa. Em seguida, foi ao encontro de Iansã no mercado, onde a cortejou apaixonadamente. Cego pela beleza da Orixá, Ogum pediu sua mão em casamento. Iansã, desconfiada, não respondeu imediatamente, mas permitiu que ele a acompanhasse até a floresta.
A Busca pela Pele
Ao chegar à floresta, Iansã percebeu que sua pele havia desaparecido. Desesperada, retornou ao mercado e confrontou Ogum. Ele, astuto, negou qualquer envolvimento no sumiço da pele e renovou seu pedido de casamento. Diante da insistência de Ogum, Iansã, astutamente, concordou em se casar com ele, mas impôs uma condição: ninguém poderia fazer alusão à sua forma animal.
A Vida em Família e a Traição
A vida conjugal de Iansã e Ogum parecia pacífica, mas as outras esposas de Ogum, movidas pela inveja, não aceitavam a nova integrante da família. Elas planejaram uma forma de descobrir o segredo de Iansã e, aproveitando-se da ausência de Ogum, revelaram o esconderijo da pele de búfalo.
A Vingança e o Legado
Descobrindo a traição, Iansã, enfurecida, se transformou em búfalo e atacou as mulheres que a haviam ofendido. No entanto, ao olhar para seus nove filhos, frutos de seu amor com Ogum, a ira de Iansã se transformou em compaixão. Ela poupou a vida dos filhos, mas deixou como legado seus chifres, um símbolo de sua proteção e poder. Antes de partir, Iansã disse aos filhos: “Quando sentirem medo ou perigo, juntem os meus chifres. Eu, a deusa dos ventos, estarei sempre pronta para socorrê-los.”
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